quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Muitas novidades II...

Durante um dos passeios de escuna pelo Pantanal tive a oportunidade de me emocionar e conversar com Stella, mãe do João, o menino que me fez ficar sem palavras. Ela me contou um pouco sobre sua história e a real importância de viver o presente. Foi como ter visto minha mãe me dizendo. “Filho aproveita ao máximo tudo o que puder, é uma oportunidade de ser feliz agora, se estiver cansado, mas com vontade de fazer algo, vai, aproveita deixa pra descansar depois, não deixe a oportunidade passar”, ela disse com os olhos cheios de emoção refletindo a imagem do João em sua frente enquanto ele ria sem ter que se lembrar dos momentos difíceis que passou. Obrigado mães, obrigado por tudo.




Cidinha 
comidinha gostosa
Recentemente fiquei internado para fazer uma pulso. (Pretendo fazer uma postagem de como e porque esse procedimento é necessário às vezes). Primeiramente quero agradecer a toda equipe do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Presidente Prudente, SP. Não tenho do que reclamar, todas as vezes que precisei da ajuda de vocês, sempre fui muito bem recebido e cuidado. Desde as recepcionistas, as copeiras, as enfermeiras e os enfermeiros, aos auxiliares de enfermagem que estão diretamente com os pacientes, as responsáveis pela limpeza e toda equipe que de alguma forma colabora para um trabalho bem feito. Do fundo do meu coração, obrigado.
Neide
Quantos agradecimentos né? Bom! Nem só de elogios vive o homem, mas também de boas lições. Durante esses três dias que estive internado, recebi de Deus algumas respostas e provações também.
Estar de cama em um hospital não é tão bom quanto deixo transparecer, ainda mais quando o problema é um pouco mais sério. Tive a oportunidade de rever o câncer mais uma vez em um ser. Você já presenciou alguma pessoa com câncer em metástase? Logo vos digo não é uma experiência boa, mas muitas vezes valiosa. (Pensei muito para dizer isso, não é fácil encontrar lição de vida na dor das pessoas). 
Assisti de perto uma doença tomar conta de alguém que não teria mais escapatória. Notei por diversas vezes a dor sendo soada nas palavras, o sofrimento e a agonia de estar na cama se limitando apenas onde os olhos pudessem chegar. Notei também o braço dele, as marcas das injeções, os hematomas e o sangue pisado. Pude notar a dor.
O pior de tudo é saber que aquela pessoa no leito estava sendo usada para a evolução das outras (ele não merecia estar ali). Muitas vezes, filhos, filhas, irmãos, conhecidos nem se dão conta do quanto estão deixando de aprender, não se dão conta do quanto cada momento é único, cada olhar pode ser valioso ou até mesmo o último. “Eu não aguento mais isso, não quero mais ficar aqui, não é vida eu estar aqui!” Essas foram uma das poucas vezes que pude ouvir frases lucidas de alguém envolvido na morfina.
Precisamos ser lembrados a todo instante que não somos nada, não significamos nada perante a vontade de um ser maior. Com toda dor sentida pude encontrar conforto em minha doença. Não tenho nada diante grandes guerreiros que vivem em uma luta constante. (Essa parte da postagem detalhei alguns momentos vividos durante minha recente internação outras do que já vi e também vivi em outros momentos). 

Muitas coisas para contar...

Boa noite querido leitor ou leitora, desde já agradeço por mais uma vez sua visita aqui no blog.
Após conhecer Porto Seguro, BA, tive a oportunidade de conhecer também o Pantanal. Muitos pássaros, muito vegetação, animais e culturas diferentes.
Obrigado minha guardiã
Engraçado como Deus sempre coloca pessoas em meu caminho, algumas para somar, outras para se reciclar com minha ajuda ou eu com a delas (depende do tipo de evolução, esteja sempre pronto para aprender).
Maritacas assanhadas
Durante a viagem para o Pantanal tive a oportunidade de conhecer a mãe e um pai de um moço muito especial. Eles cuidavam desse filho portador de uma síndrome rara, como quem cuida de um diamante muito valioso. Por incrível que pareça, durante toda a viagem em quanto todos se coçavam para saber por que eu usava bengala ele foi o único que perguntou o que eu tinha. Achei muito interessante a forma como ele me questionou, simples e direta. “Porque você usa a bengala? Machucou a perna?” enquanto eu respondia seu semblante não mudou como de costume percebo nas pessoas, nem ouvi a famosa história de que Deus sabe o que faz e pra ele nada é impossível, com dó da minha atual situação. (Não quero transparecer ser chato, mas ouvir toda hora que Deus é o senhor das coisas impossíveis como se a culpa fosse dele por minha doença enche o saco). Deus fez certo e ponto. Sou assim.

              
Companheiras de viagem e da vida
Aprendi que a melhor forma de lidar com um problema particular é presenciando o problema dos outros. Tenho minha doença, ela me atrapalha em tudo, mas não é nada comparado as pessoas de obstáculos maiores, ser tratado como igual é tão bom que apenas quem sofre tem o privilégio de demonstrar isso, (que frase complexa vou tentar explicar com outras palavras). Só aqueles que já passou frio sabem o valor de um cobertor, só aqueles que já tiveram uma doença ou lutam para sobreviver a uma, entendem o que é um abraço de acolhimento sem palavras, só aqueles dispostos a aprender entenderão o que quero dizer! (Leia novamente com mais calma se não compreender)...